segunda-feira, 15 de julho de 2013

Canção das mulheres


Autoria: Lya Luft
 Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

 Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

 Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

 Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

 Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

 Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

 Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

 Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

 Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

 Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

 Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

 Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

domingo, 14 de julho de 2013

Por alguns segundos...


Eu queria dizer que não sinto mais nada por você,
mas essas palavras ainda não soam verdadeiras saindo dos meu lábios,
talvez porque não seja totalmente verdade,ou  porque seja difícil pra mim
desapegar das coisas,pessoas,incluindo aquelas que não me fazem muito bem...
Eu sei que você adora essa situação,adora me encontrar e pensa que me tem aos seus pés,
só pelo fato de ainda conseguir mexer comigo,me estremecer não que eu te queira de volta,eu só
olho pra você e ainda consigo ver o garoto que eu conheci a cinco anos atrás,
garoto que não existe mais.
Acho que por alguns segundos eu volto no tempo,volto para aquele dia em que
dividimos a pipoca no parque,
volto pro primeiro beijo com sabor de bala de cereja e os encontros tarde da noite,
para aquele garoto que dificilmente sorria,mas que quando sorria,aquele sorriso de canto de boca,
bom,era um espetáculo,
volto pra longas conversas,sobre tudo,deis livros até sobre comerciais de tv.
E como o coração é enganoso eu até esqueço os anos nebulosos que passamos juntos,
mas a cicatrizes estão aqui,elas não deixam esquecer.
É engraçado são os mesmos olhos verdes,olhos que antes eu chamava de ''meus'',
mais não parecem ser o mesmo e me vendo refletida neles eu percebo que também
não sou a mesma...
Eu não aceito mais qualquer coisa,não mantenho mais as pessoas que me maltratam por perto ,
seja amigos,ou namorados só pra não ficar sozinha,eu sei o que eu quero e não preciso
que digam o que fazer,
e ao contrário do que você pensa,sim eu sobrevivi sem você,
e vou continuar sobrevivendo,to aqui!
Sei que um dia você vai mudar,todos nós mudamos,e eu torço que seja pra melhor,
sem magoas,nunca vou desejar o seu mal,mas eu sei também que um dia,
eu vou olhar pra você e não sentir nada,nem amor,nem ódio só aquela sensação natural de
encontrar alguém conhecido,vamos nós cumprimentar com um aceno de cabeça e cada um vai seguir seu caminho.