quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ninguém além de você


Eu sei que disse um monte de coisas horríveis mas quem não diz em um momento de raiva?
a gente fala o que vem na  cabeça e machuca quem ama...
Porque será que é tão fácil dizer coisas ruins,ressaltar os defeitos dos outros e ao mesmo tempo
é tão difícil elogiar,reconhecer as qualidades?
não deveria ser assim...
Eu me assustei quando tive aquela explosão de raiva e despejei em você tudo aquilo que
estava entalado deis de quando a gente se conheceu,
sei que uma hora isso ia acontecer mesmo,mas não foi do melhor jeito e nem na melhor hora,
bom,afinal agora você sabe e se a nossa amizade sobreviver a isso,
então nada mais pode nos afetar,mas será que vai?
Depois que a poeira abaixou,me lembrei de todas as suas qualidades,
de todas as coisas boas que eu tinha pra te dizer e nunca disse,
você não é só feitas de erros,há tanta coisa boa em você e
por essas coisas é que eu tenho insistido nessa amizade até hoje,porque
''eu sei quem você realmente é e por esse alguém  que eu suporto tudo...''
Sei que agora você anda meio perdida,fazendo coisas que a maioria não entende,
não vou mentir está sendo difícil te aguentar as vezes,mas me lembro,
que também tive minha fase ruim e você segurou as pontas,
já são quatro anos mas parece muito mais,já passou tanta água por debaixo dessa
ponte e eu espero que possamos rir de tudo isso depois...
E eu nunca disse,porque você sabe que não sou boa com as palavras,
mas você é meu arco iris depois de um dia chuvoso,
eu sei é meio clichê mas não sei dizer de outra forma.
Afinal,quem sempre me colocou pra cima,depois de um dia difícil?
Quem me faz rir por horas até sair lagrimas dos meus olhos e minhas bochechas doerem?
Quem me disse pra nunca ter vergonha de quem eu sou e me ensinou a não ligar pra opinião
alheia?
Quem me entende mesmo quando eu não me entendo e me suporta quando nem eu me suporto?
Ninguém além de você...
Você pode ser confusa as vezes e meio tempestuosa,pode não ser aquela amiga perfeita de filmes
adolescentes mas uma coisa eu sei você sempre está ali,quando eu preciso,com a mão estendida
isso já é o suficiente pra mim não preciso que mude em nada,
e acredite, você é muito melhor que tudo aquilo que eu disse em um momento de raiva
que já passou...



domingo, 13 de outubro de 2013

Eu sei, mas não devia


Autoria: Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as
janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro,
para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.
À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios.
E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A exceção de todas as minhas regras


Eu confesso sempre tive um ''tipo'' certo de namorado,sempre gostei de certezas
e sempre odiei surpresas,não saber o que esperar,nunca fui boa nessas coisas e não
tenho as melhores reações.
Sempre quis saber de tudo e sempre planejei cada passo...
Foi sempre do mesmo jeito eu conhecia alguém que tinha minha cor de olhos favoritos,
que gostasse de certo tipo de musica,com certa cor de cabelo,
que fizesse tudo o que eu queria e todo mundo sabia
meus amigos inclusive sempre me mostravam quando conheciam alguém assim,
com o o perfil certo,diziam ''é o tipo dela''.
Mas por vários motivos,nunca deu certo é duro admitir mas no final a perfeição me enjoava até
conhecer alguém que seria a exceção de todas as minhas regras.
E é claro que eu não estava preparada eu não estava nem ai,
até esse alguém cair de para quedas em mim e foi o choque porque,
 ele era o oposto de tudo que eu gostava,mas mesmo assim eu gostei dele
como gostei...
Eu gosto de morenos e ele era loiro,queria uns olhos castanhos e os dele eram azuis,
e assim por diante,ele era oposto em tudo.
Ouvia as musicas erradas,não fazia tudo pra me agradar como os outros,
alias as vezes ele era bem chato,de um jeito que só ele conseguia ser,
mas também nunca ninguém me fez rir por
tanto tempo,ou me fez sair da orbita terrestre  com apenas um toque,e sabe aquela sensação de vazio?
ela simplesmente não existia com ele,até hoje não sei como alguém conseguiu me decifrar tão fácil,
logo eu que sou uma ''esfinge de covinhas'',segundo meus amigos,mas ele soube.
também soube me fazer chorar,crias expectativas e ''deixar rolar'',me fez pensar que a procura
havia acabado...
É mas não foi dessa vez,mas que bom que tudo aconteceu,que cruzou meu caminho,
que bom que ele ,que ele veio com seu jeito escandaloso,me tirou da minha zona de conforto
e me mostrou que o amor não é feito de exatas,nem de certezas,mas é assim que funciona
então tudo bem,não faz mal se arriscar as vezes,não mata,tenho quase certeza que não
Obrigada F...