sábado, 22 de novembro de 2014

Foi só, ou foi tudo.


Autoria: Monike L. do blog De Vênus

'Será que três minutos pode durar para sempre?, 
eu me pergunto, mas já sabendo a resposta. 
Provavelmente não, respondo. 
Mas talvez durem tempo suficiente.' ~ Markus Zusak 

Era um daqueles dias, que você esta tão atrasada que pega qualquer roupa que aparecer pela frente. Pra falar a verdade ela nunca se importou muito com essas coisas, só de poder caminhar com seus livros em uma bela tarde azul, já estava bom.
Mas aquele dia ia ser diferente.
Não seria um dia comum.
Ela saiu correndo de casa.
Tinha que pegar seu irmão na escola e já estava 10minutos atrasada.
No caminho, o vento estava forte.
Adorava aquilo, andar com os olhos fechados, sentir a brisa dançando com seus cabelos,
ouvir a própria respiração acompanhando seus passos largos.
Mesmo não tendo tempo para isso, não havia como evitar, aquela sensação era viciante.
Quando estava dobrando a esquina se deu conta que tinha que correr,
seu irmão provavelmente já estava querendo mata-la.
Resolveu abrir os olhos e correr.
Tarde demais.
Um garoto de olhos castanho brilhantes estava andando de skate.
Dobrando a mesma esquina.
Atrasado e com olhos fechados (uma poeira acabará de entrar nos seus olhos, por causa da ventania). Um instante depois, eles e os livros estavam no chão.
Julia por sorte havia caído em cima de Thiago.
Levantou correndo sem nem mesmo olhar para o rapaz, foi apanhar seus livros.
Ele teve a mesma reação.
É fácil imaginar o que aconteceu depois, os dois pegando o mesmo livro.
Olhos nos olhos.
Respirações ofegantes.
E então eles foram pegos por aquela brisa suave, que os vez estremecer.
Aquela ventania foi a protagonista do dia, arrastando a pressa pra longe, trazendo arrepios e sentimentos desconhecidos ate então, proporcionando aquele perfume.
Que perfume!
Não sei dizer muito bem do que era.
Talvez a combinação dos dois.
Mais ou menos 40 segundos com um turbilhão de sentimentos.
 Eles saíram do “transi” e se levantaram.
E então ela disse já começando a andar:
- Desculpe, não tive intensão...
Estou atrasada. - Ela se foi.
Quando estava quase dobrando outra esquina, olhou para traz.
Ele ainda estava lá.
Olhando-a.
 Foi só, ou foi tudo.
 Segundos de levitação e de magia. 
Thiago não queria que aquela fosse a primeira e ultima vez a vê-la.
Mas o que poderia fazer? correr atras de uma desconhecida?
Poderia.
Mas não o fez.
Ele a chamou de moça dos cabelos esvoaçantes, pensou nela por um grande tempo,
um tempo ate grande de mais.
Mas foi só.
Ou foi tudo.
 Pelo menos durante aqueles segundos foi tudo.
E durante aquelas semanas foi quase.

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